Não sei se estou pronta para os nãos que a vida me dá.
Parece injusto da minha parte que fale com tanto rancor, mas não me importo comigo porque me conheço. Não sou um anjo nem para os demônios. Sou eu. Sou eu que me corto e me costuro - quando quero. Sou um alto-falante agitado e impaciente - quando preciso. Não consigo dormir quando choro e engulo o choro - e as palavras. Não consigo mentir por muito tempo, mas quando digo a verdade me arde o arrependimento de ser quem sou. E prefiro morrer novamente para nascer. Não é possível que seja doloroso falar de sexo e de carinho, e de afeto e de cotidiano. Pra mim tudo é possível, todo assunto é possível, toda lágrima vem quando quiser, toda dor - e alegria - vêm quando quiser também. E me permito ser tão completa que às vezes me sinto pouca e insuficiente. Porque parece que a culpa é minha quando a palavra incomoda no outro. Ás vezes não é minha porque o outro é o outro, o intermédio de mim, mas às vezes é porque sou inconsequente com meus sentimentos e acabo achando, no impulso, que o outro também pode ser.
O mundo sempre será um moinho, que me reduz ao pó, mas dele eu também nascerei de novo...
"E sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural. E caminho segurando um guarda-chuva aberto sobre corda tensa. Caminho até o limite do meu sonho grande. Vejo a fúria dos impulsos viscerais: vísceras torturadas me guiam. Não gosto do que acabo de escrever - mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu. E respeito muito o que eu me aconteço. Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço."
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