final de um texto inteiro...
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nayara xavier
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7 de jan. de 2018
mais uma vez o litoral nos convidou a dias de sol e nascentes. cabana, janelas coloridas, raios de sol que caiam sobre a cama, água por todos os lados. havia esperança naqueles que ardiam, mas no segundo dia não suportei a crise e "voei pra cima sem medir as consequências". chorei durante toda a volta, na sua garupa, eu sabia que não tinha mais caminho nenhum a ser trilhado que desrespeitasse o meu desejo... e eu sentia a dor de um castelo antigo que desmoronava dentro de mim...
meus olhos são corais.
meu coração, falésia.
"cê vai, ocê fique..."
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nayara xavier
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8 de ago. de 2017
acabo de ler a terceira margem do rio, de Guimarães Rosa
pai, eu não sei o que eu sinto por você
você é minha maior contradição
minha força e meu caminho
meu ponto fraco e meu descaminho
é pra você que eu volto chorando
é de você que eu fujo sem rumo
você me pediu uma camisa do vasco
e chorou, antes de sair pro trabalho
era seu melhor presente da vida
você disse, chorando
como quem não chora
e não desceu uma lágrima
naquele dia, em que você chorava
é você que eu culpo
quando mãe fala o quanto tá difícil
sua ausência
é você que defendo
quando sua história vem na memória
você me deixou as melhores marcas de mim
todas as dores, boas e más
você me deixou as piores marcas de mim
minhas defesas emocionais
aprendi com você
tá tudo errado, pai
eu descobri
tarde demais
"Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou:
- "cê vai, ocê fique, você nunca volte!"
Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos.
"- Pai, o senhor me leva junto, nessa canoa?"
Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a benção, com gesto me mandando para trás."
(Guimarães Rosa, A terceira margem do rio)
pai, eu não sei o que eu sinto por você
você é minha maior contradição
minha força e meu caminho
meu ponto fraco e meu descaminho
é pra você que eu volto chorando
é de você que eu fujo sem rumo
você me pediu uma camisa do vasco
e chorou, antes de sair pro trabalho
era seu melhor presente da vida
você disse, chorando
como quem não chora
e não desceu uma lágrima
naquele dia, em que você chorava
é você que eu culpo
quando mãe fala o quanto tá difícil
sua ausência
é você que defendo
quando sua história vem na memória
você me deixou as melhores marcas de mim
todas as dores, boas e más
você me deixou as piores marcas de mim
minhas defesas emocionais
aprendi com você
tá tudo errado, pai
eu descobri
tarde demais
"Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou:
- "cê vai, ocê fique, você nunca volte!"
Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos.
"- Pai, o senhor me leva junto, nessa canoa?"
Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a benção, com gesto me mandando para trás."
(Guimarães Rosa, A terceira margem do rio)
relógio do sol
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nayara xavier
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26 de jul. de 2017
"Você me tem fácil demais"
mas você saberia dizer até quando?
negamos ser proféticas
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nayara xavier
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26 de jun. de 2017
"Voei pra cima sem medir as consequências"
Mudei o script, mas a cena acontece igual a todas as outras vezes em que me quebrei e ainda me cortei com os cacos.
Quantas vezes eu já desisti de você?
Mudei o script, mas a cena acontece igual a todas as outras vezes em que me quebrei e ainda me cortei com os cacos.
Quantas vezes eu já desisti de você?
eu não sei voar
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nayara xavier
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7 de dez. de 2016
Não volte pra casa meu amor que a casa é triste
Vá voar com o vento que só lá você existe
Não esqueça que eu não sei mais nada
Nada de você
Não me espere porque eu não volto logo
Não nade porque eu me afogo
Não voe porque eu caio do ar
Não sei flutuar nas nuvens como você
Você não vai entender
Que eu não sei voar
Eu não sei mais nada
|Canção para não voltar, A banda mais bonita da cidade|
Emergências
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nayara xavier
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Desci do circular e encontrei um amigo de tempos atrás. A nossa ação imediata sempre foi um abraço caloroso. Hoje não foi diferente. Mesmo com pressa, parei para aquele abraço e talvez tenha sido o melhor sentimento que fixou em mim desse dia inteiro. Ele me olha com um carinho e um monte de ausências. Ausências que eu via tempos atrás e que ainda vejo, por mais que ele pareça claramente bem resolvido em alguns aspectos da vida. Eu me emociono quando o encontro, mas hoje mais que outros dias. Aquele abraço, aquele olhar de carinho, o puxar o fone pra falar, as ausências, as emergências... Tudo me preencheu de uma coisa indefinida - possivelmente entre o afeto e solidão -, que transbordou o meu peito.
Hoje, logo hoje, quando refleti demasiado sobre o espaço do Outro na minha rotina - e também o contrário.
Hoje, logo hoje, quando refleti demasiado sobre o espaço do Outro na minha rotina - e também o contrário.
incompatibilidades
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nayara xavier
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6 de ago. de 2016
fui criada dividindo comida, espaços, atenções, talheres, toalhas, roupas com desconhecidos, lençóis, redes, camas, guarda-roupa, shampoo, creme de pentear, desodorante, perfume, tigela de cuscuz com mortadela, mochila escolar, pente, biscoito recheado dividido em quatro, festa de aniversário com meu irmão, sorrisos, dores, parque de diversão, lápis, merenda, lancheira da xuxa, carteira, lápis de cor, fome...
eh isso...
eh isso...
"eu sou você [...], sou só"
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nayara xavier
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28 de jul. de 2016
nitidamente tive uma recaída. tanto faz. o gosto é maravilhoso. passo a mão pelo rosto em frente ao vento frio do ventilador e estou frente a frente com o mar. la que sabe, tudo sente. sente inclusive que vai passar.
Procurando sentir
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nayara xavier
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eu queria digitar você
desenhar você
experimentar você
na ponta dos meus olhos
no fitar dos meus dedos
eu queria escrever você
numa poesia sem trilha
num caminho sem rima
num pedaço de papel crochê
eu queria que você voltasse
pro mar que deixastes
pros peixes morrer
eu queria uma prosa inteira
uma reticência primeira
sem pretensão de acabar
eu queria finalizar sem rima
e deixar viver
a fome de querer
desenhar você
experimentar você
na ponta dos meus olhos
no fitar dos meus dedos
eu queria escrever você
numa poesia sem trilha
num caminho sem rima
num pedaço de papel crochê
eu queria que você voltasse
pro mar que deixastes
pros peixes morrer
eu queria uma prosa inteira
uma reticência primeira
sem pretensão de acabar
eu queria finalizar sem rima
e deixar viver
a fome de querer
nada serve de chão onde caiam minhas lágrimas
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nayara xavier
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22 de jul. de 2016
parece que quando eu fico
em frente a essa página em branco
trazida pela dor e desamor
fico muda
não sai um verso
que preste
assistência a minha angústia
análise de dados
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nayara xavier
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24 de mai. de 2016
"professor
nesta terça estarei enviando a monografia
as últimas semanas foram de prova e estou quase arrancando os cabelos..."
todas as lágrimas descem dos meus olhos. ninguém vê. é certo. ninguém quer. meu choro não tem nenhuma persona. sou eu mesma que caio no desespero, um sentimento inexplicável de inutilidade humana. falo sobre a academia e minha vontade é de, cada vez mais conhecendo a perversidade disso, arrancar o meu peito de dor. como é triste ter. conseguir esse diploma está sendo o pior dos fardos, acorrentado por muitos prazos e citações de autores que desconheço. 'você tem dados pra afirmar isso', 'quem disse isso?', disse o professor. na sua mais cruel capacidade de reproduzir o sistema.
evito conselhos e troca de olhares. estou nos piores dias. não preciso de receitas para me ser.
postagem repetida
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nayara xavier
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18 de mai. de 2016
prestes a secar
ligaçao íntima ou bomba atômica
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nayara xavier
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28 de abr. de 2016
"escrevo agora pra falar sobre algo que ainda nao saiu da minha garganta e que seja o que for, tenho medo. A sensação é por vezes contraditória. Mas olha, os afetos sao as fases e as faces mais bonitas da vida. Como voce falou; um gosto de vida. Nao importa como ele chega, por quais meios passamos para chegar ao gosto, mas muito mais o que ele é em si."
coração não é verbo
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nayara xavier
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7 de abr. de 2016
- o que acha de marcar um encontro pra criar vínculos?
- acho inútil tentar prever o azar. Ou o amor.
- acho inútil tentar prever o azar. Ou o amor.
mae de primeira viagem
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nayara xavier
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31 de mar. de 2016
quase quatro da manhã e a monografia se mexeu. estou indo dormir feliz porque senti, pela primeira vez, que ela está viva.
coletividade
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nayara xavier
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18 de mar. de 2016
Diário
A História não perdoa o silêncio.
Vamos ate onde precisar ir.
A História não perdoa o silêncio.
Vamos ate onde precisar ir.
Cinemara
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nayara xavier
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4 de mar. de 2016
Hoje a aula foi sobre mulheres
Indígenas, criminosas, loucas, apaixonadas, professoras
E eu pensava em Carol, o filme
Que ainda vou ver
Mas que foi muito bem indicado por uma mulher
Louca, esquizofrênica, professora, afetuosa, íntima, tímida e apaixonante
Indígenas, criminosas, loucas, apaixonadas, professoras
E eu pensava em Carol, o filme
Que ainda vou ver
Mas que foi muito bem indicado por uma mulher
Louca, esquizofrênica, professora, afetuosa, íntima, tímida e apaixonante
fix you
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nayara xavier
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3 de mar. de 2016
6h da manhã e o telefone toca, o despertador, a soneca, o pão desperdiçado, as seis janelas trancadas.
uma mancha de uma brincadeira recente no chão sujo, um sorvete que não desce, a casquinha entalada na garganta, mas só sai depois do goto, e depois do goto a dor, e antes da dor um choro mesquinho pra não chamar a atenção, o dia que não terminou.
"vai doer, mas depois vai passar, rosa..."
Ilusões a pó
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nayara xavier
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12 de fev. de 2016
Afeto não é aquilo que você demonstra quando está em fases. Afeto é o desejo de ser com o outro, na rua, no quarto, na fazenda...
Afeto não é hoje e depois de amanhã. Afeto é aqui e agora.
Afeto não é receita de bolo. Afeto é a vontade de comer.
Afeto não é o que você acha que sente. Afeto é ou não é.
Afeto não é hoje e depois de amanhã. Afeto é aqui e agora.
Afeto não é receita de bolo. Afeto é a vontade de comer.
Afeto não é o que você acha que sente. Afeto é ou não é.
visita desesperada
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nayara xavier
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5 de fev. de 2016
arrumar tudo, lavar a roupa de semanas, tirar o mofo do guarda roupa, colocar as cadeiras em ordem, a cama em ordem, lavar o travesseiro, trocar a toalha, organizar os livros, vestir a melhor roupa, levantar os seios, esfregar o pescoço até sangrar, os cotovelos também, escovar o cabelo, tirar a sobrancelha, acordar cedo, abrir todas as janelas ...
tudo isso pra você chegar e encontrar ainda uns dez defeitos.
minha casa parece bem.
meu corpo parece bem.
minha alma parece nada.
tudo isso pra você chegar e encontrar ainda uns dez defeitos.
minha casa parece bem.
meu corpo parece bem.
minha alma parece nada.
"nao conte comigo"
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nayara xavier
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26 de jan. de 2016
dizer que estou sentindo uma sensação de vazio parece muito dramático.
mas tudo bem, hoje eu não estou me importando... Eh um dia vazio e triste.
quando a gente pede abrigo sem usar a boca a gente não ganha nada.
mas tudo bem, hoje eu não estou me importando... Eh um dia vazio e triste.
quando a gente pede abrigo sem usar a boca a gente não ganha nada.
e mais uma vez eu não segurei
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nayara xavier
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9 de jan. de 2016
as vezes a gente pensa em contar algum segredo, e a a gente conta.nada disso é pra você
as vezes a gente prefere não ferir, e não fere.
a vida é um amontoado de contradições ou de adições apenas.
Pra começar,
Vai acabar, eu vou dizer
Vai acabar, vai machucar
Vai clarear a cabeça
Todos os dias é um vai e vem...
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nayara xavier
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1 de dez. de 2015
"A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores" (Mia Couto in "O outro pé da sereia")
carta da minha boca em branco
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nayara xavier
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20 de nov. de 2015
ana,
eu tentei, me esforcei, paguei (o pato), lavei (a louça), dei na boca (a comida), trouxa, conversei, pedi compaixão (ah, não!). perdi o afeto, guria, você (e eu!!!) quebrou o tijolo da sua amizade - que eu construí a ferro (e fogo), fui quebrada em mil pedaços. agora restou um sentimento desagradável, de difícil digestão (no coração!).
O mundo inteiro é a minha casa...
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nayara xavier
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17 de nov. de 2015
"Nossa alma é uma morada. E quando nos lembramos das "casas", dos "aposentos", aprendemos a "morar" em nós mesmos." (Gaston Bachelard)
A pressão da solidão
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nayara xavier
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6 de nov. de 2015
Leitura, redes, conversa, grito, conversa, grito, correria, costas, ei, ei, não sinto nada, não sinto nada, pancada, pulo, feito, tremedeira... Banho, cama, solidão, roupa, saída, Praça lotada, feira de gastronomia, passaporte, solidão, para viagem, débito, casa, solidão, cozinha, solidão, tremedeira, TV, pressão 16, solidão, nada disso eh pra você querer, a valsa de Amelie, tristeza....... Rivotril, cama, blog.
Conversa na geladeira
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nayara xavier
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31 de out. de 2015
- Eu também sumo de mim. Mas sabe qual o meu método?
- ...
- Procurar você.
- ...
- E sabe o que eu encontro?
- ...
- ...
- ...
- Procurar você.
- ...
- E sabe o que eu encontro?
- ...
- ...
Mesmo muda, me muda
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nayara xavier
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28 de out. de 2015
Por que uma ação externa me fez refletir e me encorajar a tomar atitudes que antes nunca havia pensando em tomar? Por que precisei de "ajuda"? Por que só o fato dessa psicóloga me ouvir me fez entender mais coisas sobre mim? Por que eu subestimei tanto isso? Por que eu achei que só ser ouvida não seria suficiente? Por que meus desabafos para mim mesma, sobre o que eu sentia, não foram suficientes para entender e ordenar melhor meu Ser?
Mãe, eu te quis, mas você não me quis...
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nayara xavier
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15 de out. de 2015
Não volte pra casa, meu amor, que aqui eh triste... Não volte pra um mundo onde você não existe...
A banda mais bonita da cidade
Um sentimento de quase morte.
Cco: Olhos nos olhos
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nayara xavier
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27 de ago. de 2015
Sem jeito de dizer o que não tem palavra.
A palavra não diz tudo.
A palavra não diz tudo.
Reflexão
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nayara xavier
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30 de jul. de 2015
Olhando pela janela do ônibus, como é de costume, observo um rosto branco com uma boca parada e olhos atentos... atentos a mim. Experiência nunca vivenciada tão profundamente. Nos olhamos. E quando mais eu olhava, mais ela me olhava - por dentro e por fora. Observei todos os detalhes daquele rosto bonito, aquela boca serrada, rosada, os olhos gigantes com cílios pequenos... Meu ponto foi chegando e me despedi sem mexer o rosto; apenas olhei firmemente pela última vez e pedi parada.
Onde está Deus?
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nayara xavier
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29 de jun. de 2015
hoje, durante o almoço, me encurralaram para uma conversa cristã sobre deus.
fiquei o tempo todo calada. mas o choro está entalado na garganta até agora.
e ficará até o momento que alguém me abrace afetuosamente,
me mostrando a mais bela face desse cara.
fiquei o tempo todo calada. mas o choro está entalado na garganta até agora.
e ficará até o momento que alguém me abrace afetuosamente,
me mostrando a mais bela face desse cara.
esperança cansa
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nayara xavier
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29 de mai. de 2015
não sei escrever o que sinto.
falha no envio. não. exclui a mensagem.
a minha falha é seguir os rastros, as pistas.
cavar buracos, entrar em esquinas.
hoje foi com você, amanhã é com ele
depois é com aquela, depois é com ela.
meu peito (e a cabeça) está pesado.
talvez eu precise de várias pedras
pra revitalizar as energias
e deixar leve
o meu coração
falha no envio. não. exclui a mensagem.
a minha falha é seguir os rastros, as pistas.
cavar buracos, entrar em esquinas.
hoje foi com você, amanhã é com ele
depois é com aquela, depois é com ela.
meu peito (e a cabeça) está pesado.
talvez eu precise de várias pedras
pra revitalizar as energias
e deixar leve
o meu coração
as cenas não param
1
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nayara xavier
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16 de mai. de 2015
hoje discuti com uma aluna.
tudo tem sua primeira vez.
fiquei nervosa e tremia feito vara verde
pero estoy viva y bien
hasta lo acto seguiente
tudo tem sua primeira vez.
fiquei nervosa e tremia feito vara verde
pero estoy viva y bien
hasta lo acto seguiente
Lembrança
2
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nayara xavier
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11 de mai. de 2015
Hoje sonhei um sonho que parecia real
não era aqueles sonhos
que se sonha sabendo que está sonhando
conversávamos muitas horas
acho que eu ia
não era você que vinha
marcávamos outros encontros
nos encontrávamos e sorriamos
sempre a noite, quando podíamos
as vezes você parecia triste
era um olhar de desesperança
muitas vezes era apenas uma criança
rindo de todos os assuntos, infantis ou adultos
nos despedíamos sempre
marcando outros encontros
e antes que eles pudessem acontecer
eu acordei
um lembrança
e um abraço :*
Revolução verde
0
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nayara xavier
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22 de abr. de 2015
Comprei um tênis e comecei a caminhar.
Hoje comi uma pipoca. Já me sinto mal porque "não vou emagrecer, quantas calorias tem isso, deus do céu, preciso caminhar e caminhar pra perder".
Esse mundo saudável é um saco. Vou parar de me importar com isso.
Essa "revolução light" precisa ser revolucionada...
Estamos ficando alienados e patéticos com esse mundo verde cheio de veneno.
Que contradição.
Hoje comi uma pipoca. Já me sinto mal porque "não vou emagrecer, quantas calorias tem isso, deus do céu, preciso caminhar e caminhar pra perder".
Esse mundo saudável é um saco. Vou parar de me importar com isso.
Essa "revolução light" precisa ser revolucionada...
Estamos ficando alienados e patéticos com esse mundo verde cheio de veneno.
Que contradição.
luz e ação
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nayara xavier
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1 de abr. de 2015
hoje perguntei a uma turma de 40 alunos:
- Quem aqui é a favor da redução da maioridade penal?
39 levantaram o braço.
sou cientista social, entendo esse movimento e até chego a pensar que muitos não devem entender muito o que isso significa, mas me assustei e minhas mãos ficaram frias e trêmulas durante boa parte da aula;
ansiosa pelas próximas cenas.
- Quem aqui é a favor da redução da maioridade penal?
39 levantaram o braço.
sou cientista social, entendo esse movimento e até chego a pensar que muitos não devem entender muito o que isso significa, mas me assustei e minhas mãos ficaram frias e trêmulas durante boa parte da aula;
ansiosa pelas próximas cenas.
fora - da - meta
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nayara xavier
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a minha cabeça é um mar de lágrima, girando, girando, girando... enchendo essa maré.
Um desabafo para mim
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nayara xavier
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16 de mar. de 2015
Não sei se estou pronta para os nãos que a vida me dá.
Parece injusto da minha parte que fale com tanto rancor, mas não me importo comigo porque me conheço. Não sou um anjo nem para os demônios. Sou eu. Sou eu que me corto e me costuro - quando quero. Sou um alto-falante agitado e impaciente - quando preciso. Não consigo dormir quando choro e engulo o choro - e as palavras. Não consigo mentir por muito tempo, mas quando digo a verdade me arde o arrependimento de ser quem sou. E prefiro morrer novamente para nascer. Não é possível que seja doloroso falar de sexo e de carinho, e de afeto e de cotidiano. Pra mim tudo é possível, todo assunto é possível, toda lágrima vem quando quiser, toda dor - e alegria - vêm quando quiser também. E me permito ser tão completa que às vezes me sinto pouca e insuficiente. Porque parece que a culpa é minha quando a palavra incomoda no outro. Ás vezes não é minha porque o outro é o outro, o intermédio de mim, mas às vezes é porque sou inconsequente com meus sentimentos e acabo achando, no impulso, que o outro também pode ser.
O mundo sempre será um moinho, que me reduz ao pó, mas dele eu também nascerei de novo...
"E sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural. E caminho segurando um guarda-chuva aberto sobre corda tensa. Caminho até o limite do meu sonho grande. Vejo a fúria dos impulsos viscerais: vísceras torturadas me guiam. Não gosto do que acabo de escrever - mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu. E respeito muito o que eu me aconteço. Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço."